História do Café
Kaldi, pastor da Etiópia
Diz a lenda que um pastor da Etiópia de nome Kaldi, estranhou a resistência das cabras que comiam as bagas de um arbusto com flores brancas.
Kaldi, pastor da Etiópia
Planta do café árabe
O café tornou-se de grande importância para os Árabes, que até ao séc. XVIII detinham o monopólio do cultivo e comercialização do "vinho da arábia”, como era denominado o café, que em árabe se diz qahwa, origem do seu nome. Todos os grãos de café que saíam dos seus portos eram escaldados ou torrados. Os soberanos iemenitas impediam assim que fossem germinados e cultivados noutras regiões.
Trazido em caravanas de camelo até aos portos turcos de onde saía em barcos para todo o mediterrâneo, o consumo do café foi introduzido na Europa em 1615 a partir de Veneza e Marselha, principais portos mercantis do mediterrâneo.
Planta do café árabe
Primeira casa de café em Meca
O grande entusiasmo por esta bebida, aliado aos elevados preços praticados pelos árabes, originou uma intensificação dos esforços para obter grãos férteis ou uma planta viva que pudesse ser cultivada. Isto foi finalmente conseguido, segundo se conta, por um peregrino hindu, Baba Budan, que conseguiu levar 7 sementes até à Índia.
Primeira casa de café em Meca
Primeira casa de café em Veneza
Em 1615 abre a primeira casa de café na Europa, em Veneza, a Botteghe Del Caffé, onde convergia a sociedade política e artística da cidade e, em 1650, abre o primeiro café inglês em Oxford, o primeiro de uma multiplicidade de coffee houses que rapidamente tornam Londres a rainha europeia do café.
Primeira casa de café em Veneza
Casa de Café em Londres
Menos de um século depois, devido à existência de café nas colónias britânicas, este consumo será substituído pelo chã, introduzido pela rainha Catarina de Bragança na corte inglesa.
Ao longo do séc. XVII florescem casas de café ainda hoje famosas como o Café de Procope em Paris e o Café Florean em Veneza.
Casa de Café em Londres
Difusão do café com centro em Amesterdão
Destino dos grandes carregamentos da Companhia das Índias Orientais Holandesa provenientes das longínquas colónias asiáticas, onde o cultivo do café se tinha então já propagado, Amesterdão torna-se o principal centro de comercialização de café no fim do séc. XVII.
Outras casas com o Café de Foy, o Rotonde, a Coupole, são locais emblemáticos do séc. XIX e XX de convívio e discussão política e artística, que atraíam personalidades como Picasso, Hemingway, Chagall, etc.
Difusão do café com centro em Amesterdão
Descoberta do Robusta em Angola
Além da propagação do café arábica pelas várias colónias europeias, os portugueses descobrem na atual Angola outra espécie de cafeeiros selvagens, mais altos e robustos, a que chamam Coffea canéfora, que viria a ser mais célebre pelo nome da sua variedade principal: robusta.
Descoberta do Robusta em Angola
Café como commodity fundamental no comércio mundial
Nos séculos XVIII e XIX a produção cafeeira conhece o seu maior período de expansão graças às plantações de café que recorriam à mão de obra escrava para todos os trabalhos de desbravamento de terrenos, apanha e triagem, descasque e secagem.
No fim do séc. XIX o café era já uma das principais commodities, sendo atualmente a segunda mercadoria mais transacionada em bolsa.
Café como commodity fundamental no comércio mundial
Invenção da máquina de Expressos
Em 1822 surge em França a máquina de café expresso, embora ainda não passasse de um protótipo. Em 1855 é apresentada numa exposição, em Paris, uma máquina mais desenvolvida. Foi em Itália que a aperfeiçoaram e, em 1905, os italianos comercializaram a primeira máquina expresso, precisamente no mesmo ano em que foi inventado um processo que permitia descafeinar o café.
Invenção da máquina de Expressos
O café no dia-a-dia de toda a gente
O café é atualmente uma das bebidas mais consumidas no mundo, sendo servidos cerca de 400 biliões de chávenas por ano. O tipo de café mais comum é o arábica, ocupando cerca de três quartos da produção mundial, seguido da robusta, que tem o dobro da cafeína contida no primeiro.